segunda-feira, 26 de novembro de 2012

“Villa Bella tem nível internacional de acessibilidade”, diz presidente da Turismo Adaptado

Ricardo Shimosakai diz que infraestrutura do hotel, localizado em Gramado, pode mudar de “boa para fantástica”


Gramado – Nos últimos anos, a questão da acessibilidade vem ganhando espaço nas discussões de diversos setores da indústria brasileira. Mercado básico para a indústria turística no país, a hotelaria apresenta barreiras para a locomoção de pessoas com baixa mobilidade por sua arquitetura não ser pensada para este público.

“Por muitas vezes não pude ficar em um hotel com minha esposa pelas condições não serem mínimas”, explicou Valdemar Rodrigues, cuja mulher é tetraplégica.  Em seu caso, os empreendimentos não oferecem equipamentos para pessoas com locomoção limitada, e quando existem “são emprestados e de baixa qualidade”, diz.

Em Gramado, o hotel Villa Bella apresenta estrutura inversa dos demais hotéis do setor, no município e até de grandes centros e nas capitais. Hospedado na unidade para participação como palestrante no 24º Festival de Turismo de Gramado, que neste ano apresenta a acessibilidade como tema central, Ricardo Shimosakai, presidente da organização Turismo Adaptado, afirma que selos de acessibilidade são banalizados pelos hotéis, e muitas vezes são acessíveis “apenas na cabeça dos administradores”, declarou em sua participação no festival.

Presidente disse que cadeirantes experientes não
confiam nos selos de acessibilidade dos hotéis
Melhorias – Durante sua construção, o Villa Bella teve arquitetura pensada para o caso de hóspedes com estas dificuldades, incluindo rampas, áreas sociais com móveis em altura reduzida e estrutura adaptada nos banheiros, além de veículo adaptado. “Investimos todos os anos em treinamento de colaboradores para atender devidamente os clientes com limitações locomotoras”, afirma o diretor do hotel, Roger Bacchi, que quer tornar o empreendimento “referência de acessibilidade no Brasil”, declara.

Público em crescimento – O público com limitações na locomoção representa 45 milhões de brasileiros (quase 10% da população) e já atingiu um bilhão de pessoas em todo o mundo, segundo dados apresentados pelo presidente da Turismo Adaptado. “Os EUA lucram US 14 milhões com este público. Precisamos aproveitá-lo também”, acrescentou Shimosakai. Para ele, os brasileiros com limitações só não viajam mais porque não existe a “estrutura necessária” na hospedagem ou na infraestrutura das cidades.

“Independente da lei, faltam detalhes para melhorar”, ressaltou Shimosakai, que ainda afirmou precisar elevar de “boa para fantástica” a estrutura do hotel, considerado de “nível internacional” pelo presidente.

Confira álbum no link.


Publicado originalmente no Diário do Turismo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Anac eleva para R$ 20 mi teto de multas devido a infrações graves

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) anunciou oficialmente o aumento do valor máximo de multa para infrações nos aeroportos brasileiros que causem graves danos à prestação de serviços aéreos ou aos usuários. O novo teto das multas é de R$ 20 milhões por infração cometida, segundo análise realizada pela área fiscal do órgão, e vale a partir de hoje.

O crescimento da punição entra em vigor devido à aprovação da resolução nº253/2012 no último dia 29, divulgada nesta quinta-feira (1) no Diário Oficial da União (DOU), e permite elevar em até mil vezes o valor das multas impostas por estas infrações. Em nota, a Anac afirmou que os graves danos ao serviço aéreo “são situações críticas com grande impacto na malha aérea, de responsabilidade da companhia ou de outro agente do setor”, informa. O antigo limite das penas era de R$ 20 mil.

Cargueiro da Centurion Cargo interrompeu operações no aeroporto
de Campinas; Anac multou empresa em R$ 2,8 mi pelo ocorrido

Esta mudança ocorre após um cargueiro modelo MD11 da empresa Centurion Cargo apresentar problemas no Aeroporto Internacional Viracopos, em Campinas (SP), no dia 13 deste mês, interrompendo as operações por 46 horas. Ao todo, a paralisação cancelou cerca de 500 voos e afetou aproximadamente 25 mil passageiros, gerando multa de R$ 2,8 mi para a empresa aérea aplicada pela Anac, informou o DT no dia 22 de outubro. 

Outros casos – Além do problema no aeroporto de Campinas, a aviação brasileira registrou neste mês problemas com o sistema de check-in das companhias, quando a Gol apresentou atraso em 45% dos voos no dia 22 devido à falha técnica no sistema. Uma semana antes, no dia 15, o serviço de check-in da TAM também apresentou problemas em todo o país.


Publicado originalmente no Diário do Turismo.