domingo, 16 de setembro de 2012

Outra vez no inferno

Foto: Gustavo Tilio/Globoesporte.com

O ano de 2002 é marcado na história do futebol brasileiro como o ano do pentacampeonato da nossa seleção.

Conquista e felicidade máximas para os torcedores dos quatro cantos do país, do Oiapoque ao Chuí. Certo? Não, apesar de parecer estranho.

Pelo menos para a parcela de 15 milhões de palmeirenses este ano não traz boas lembranças da memória.

Time do santo do gol da seleção na Copa, o aposentado Marcos, o Palmeiras viu o fundo do poço chegar e se instalar.

A saída precoce de Vanderlei Luxemburgo, abandonando seu “pojeto” no alviverde, é colocada pela torcida como protagonista do descenso.

Mas definir qual a maior culpa é difícil.

Histórico de más administrações, elenco e time de qualidades pífias – isto quando era elogiado...

Motivos não faltaram para o trágico fim naquele marcante 2002.

10 anos depois, as mudanças e melhorias são claras.

Estrutura com qualidade, técnico indiscutivelmente apto e vencedor, elenco decente – não um dos melhores do país, só que nada desastroso quanto o rebaixado outrora.

E quem diria que após conquistar a Copa do Brasil – onde era apenas um simples figurante – acabando com jejum de 12 anos, o time estaria na atual situação?

Depois de acabar com o sofrimento e espera de sua torcida, o time consegue apagar tal feito e projeta uma tragédia ainda maior que a conquista.

Com a taça em mãos, o time de Felipão não teve forças para sair da zona de descrédito. Pior que isso, estava cada vez se complicando mais.

O fundo do poço está vindo, chegando mais perto a cada rodada.

Ainda mais depois da derrota para o Vasco em São Januário. Se não bastasse o 3x1 e a 19ª colocação, o técnico Luiz Felipe Scolari deixou o cargo de treinador da equipe.

Como muita parte da torcida disse, a parcela do clube que tinha menor culpa do momento que o time vive acabou se tornando o vilão.

Desmerecidamente, inclusive. Pois se não fosse o treinador pentacampeão mundial o time sequer teria vencido a Copa do Brasil, ou até pior, poderia ser rebaixado em campeonatos anteriores.

10 anos depois de sua maior pancada, o Palmeiras consegue se afundar novamente.

No clássico com o Corinthians outra derrota, por 2x0, e jogando com 10 jogadores após a expulsão do atacante Luan.

O lado emocional começa a demonstrar estar totalmente afetado pela ausência de resultados positivos e pelo mau desempenho em campo.

A cada cena a história do Palmeiras fica mais complicada e longe de bons ares.

Com tantas estratégias mal organizadas, planejamentos sem resultado, a torcida já está ficando calejada de tantas pancadas nos últimos anos.

Anos estes que estão transformando o time em uma equipe de médio porte, porque não basta história e tradição para ser grande, é preciso mostrar e comprovar isto a cada campeonato.

Se na Copa do Brasil o Palmeiras conseguiu se aproximar de seu passado de títulos, no mesmo ano o time se distancia cada vez mais com a provável queda.

Pelo que se vê até aqui, o fundo do poço é o destino certo para o clube no final do campeonato brasileiro de 2012.

Como disse Felipe Nabarro, repórter da Federação Paulista de Futebol, o jeito é se preparar para jogar a 

Libertadores pensando na disputa da Segunda Divisão, uma enorme contradição.

A história do alviverde se repete como continuação de um mesmo drama.

10 anos depois, novamente o mesmo clímax surge para o Palmeiras.

Difícilmente este filme terá final feliz.

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